terça-feira, 15 de junho de 2010

Pedagogia do Palhaço na FEBEM

O educador Marco Guerra se utilizou da Pedagogia do Palhaço na FEBEM (atual Fundação Casa), onde trabalhou de 2005 a 2006 em sete unidades ( Vl Maria(2), Tatuapé(2), Franco da Rocha(2), Penha), capacitando quase uma centena de jovens na filosofia de humildade e humor do verdadeiro palhaço, o que resultou no livro (ainda não publicado) O Palhaço Atrás do Muro - uma experiência de arte-educação na Febem.

Resultados

Os resultados, mais do que qualquer outra coisa, são internos: são pequenos grãos de areia que os meninos carregarão em seu interior por tempo indefinido... até que se tornem pérolas a serem colhidas por eles mesmos – em sua vida adulta, quem sabe, – e quiçá pela sociedade – quando esses meninos se tornarem seres humanos que valorizem outros seres humanos e a vida em sociedade.

Os depoimentos de alguns adolescentes que vivenciaram as aulas trazem os resultados imediatos do trabalho:

Alunos

Quando perguntado se é mais fácil fazer sorrir ou causar medo, a resposta vem depois de uma breve pausa. "Se você tem uma arma, é mais fácil causar medo. Mas só há prazer em fazer sorrir. Sorriso é retribuição. E isso o crime não te dá". Cleiton (Diário do Comércio, 19.04.06)

É legal que é o seguinte: o que a gente fez lá fora, a gente esquece quando a gente se maquia; a gente se transforma em outra pessoa, esquece tudo o que aconteceu.
(Depoimento do Palhaço do Além, Ewerton Rosalém, 16 anos, Em Cena, TVA, abril de 2006)

É muito bom estar participando dessa aula de palhaço aí, certo, e daqui pra frente nós pode mudar de vida, nós pode ter uma vida melhor, mudando essa vida aí pra outra vida. (Depoimento do Palhaço Pisca, Cláudio Ramos, 16 anos, Em Cena, TVA, abril de 2006)


"Não volto mais para minha vida de antes", promete o palhaço "Romeu". "Se eu tivesse aprendido o que aprendi aqui, não teria nem entrado nela." (Diego Dias, 16 anos, Jornal da Tarde, 12.08.06)

Marco Guerra, nosso professor, veio e mostrou o outro lado para nós; mostrou que somos palhaços, que isso sai do coração, que transforma alguma coisa. Tudo muda. Tô muito agradecido para o professor Marco Guerra. Ele ajuda nós. Ele está do nosso lado. (Palhaço Miúqui, sem registro do nome, 16 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

Quero falar que o professor Marco Guerra mostrou para mim que isso que está acontecendo com nós preso, isso é uma passagem no que ele diz que é a nossa vida, que a gente tem que ter fé que um dia isso vai acabar, porque lá no mundão é que é o nosso lugar, porque é lá que a gente vai ficar progredindo, é que a gente vai fazer muitas pessoas rirem. (Palhaço Bigula, Ivan (sem registro do sobrenome), 16 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

Quando a gente foi se apresentar na escola, eu pude fazer muitas crianças felizes. Assim também hoje, independente do lugar que eu me encontro, eu sou feliz. (Palhaço Beiçola, sem registro do nome, 15 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

Queria falar para as pessoas que você pode fazer no seu dia comum um momento para você guardar para o resto de sua vida. (Palhaço Pagão, sem registro do nome, 15 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

Ah, dá para eu perceber que eu tinha um negócio guardado dentro de mim que era uma felicidade. Agora encontrei ele de verdade. (Palhaço Pagão, sem registro do nome, 15 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

Quero agradecer o professor por todo o respaldo, pelo incentivo, por nos ajudar a perceber que esse talento existe dentro do nosso ego sentimental. Só hoje descobrimos todo esse talento. (Palhaço Japinha, sem registro do nome, 17 anos, 5.11.06, depoimentos captados por Elias Mingoni em vídeo)

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